terça-feira, 22 de maio de 2012

Marcha das Vadias em Beagá - sábado - 26/maio

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Está agendada para o dia 26 de maio a segunda edição da Marcha das Vadias, em Belo Horizonte. 
O movimento teve origem em Toronto, no Canadá quando um policial aconselhou às mulheres que evitassem se vestir como “vadias” a fim de evitar a violência sexual. A infeliz declaração motivou um grupo de feministas a saírem às ruas vestidas como “vadias”, com o propósito de chamar a atenção da sociedade para a lógica presente na declaração do policial: a de culpar a vítima pela agressão sofrida.
Desde então, milhares de cidades em todo o mundo aderiram à proposta, transformando a Marcha em um manifesto pacífico e bem humorado, que nos convoca a uma reflexão urgente.

ATIVISMO E PERFORMATIVIDADE
Além das manifestações espontâneas que devem ocorrer durante a marcha, duas intervenções artísticas já estão programadas.
Grupo Trampulim já convocou todas as palhaças da cidade para uma Invasão de Palhaças. A proposta é reunir o maior número de Super Palhaças Vadias, numa brincadeira irreverente com o universo das heroínas dos quadrinhos e filmes.
Outra intervenção será a do Núcleo de Criação Arte e Ativismo Político do Grupo Espanca!, juntamente com o Coletivo Paisagens Poéticas e vários outros artistas da cidade. A iniciativa vai se unir à Marcha com ações performáticas.

Concentração para a Marcha: 26 de maio, 13.00h, na Praça da Rodoviária.
Saída às 14:00h em direção à Praça da Estação, passando pela Rua Guaicurus. Da Praça da Estação, a marcha sobe a rua da Bahia em direção à Praça da Liberdade.
 
Oficina de Cartazes
A confecção de cartazes para a Marcha acontece dia 26/05, a partir das 9:00h, na sede da Aprosmig, que fica na Guaicurus, 648.

Venha chupar essa laranja, meu bem!!!

No próximo sábado, dia 26 de maio, vai rolar uma super festa, organizada por um conjunto de pessoas que acreditam que uma outra cidade é possível! Uma festa pública, linda, todo mundo junto e misturado! E nós não podíamos ficar de fora.

Shows imperdíveis:

Graveola e o lixo polifônico
Pequena Morte
Vagabundo Não é Fácil [tributo aos Novos Baianos]
Djs Guto Lover's e Alexandre de Sena

Dia: 26/05 (sábado), às 22hs
Entrada $20 ou $15 com alguma peça do vestuário na cor laranja!
Local: Quadra da Escola de Samba Cidade Jardim

Rua do Mercado s/nº - Conjunto Santa Maria / Luxemburgo
Ônibus:
9208 e 9104 - descer no ponto final
4110 - 4113 - 8207 - descer na Av. Raja Gabaglia em frente ao nº 1710
Contamos com você! 
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domingo, 6 de maio de 2012

Encaminhamos sobre a Portaria SMED 104/2012

No dia 03 de maio foi publicada a PORTARIA SMED Nº 104/2012 que "Estabelece parâmetros para elaboração de novo Calendário Escolar da Educação Infantil".
Diante de várias indagações a respeito do Termo de Compromisso, fato inédito em uma portaria de reposição de greve, o Coletivo da Educação Infantil realizou uma reunião na UMEI Carlos Prates, no dia 05 de maio. A seguir os encaminhamentos tirados na reunião:

1) NÃO ASSINAR O TERMO DE COMPROMISSO antes da reunião de representantes na terça-feira. O termo de compromisso precisa ser cuidadosamente analisado para avaliarmos as implicações jurídicas e polícas desta assinatura. Preliminarmente avaliamos que com estas assinaturas estaremos permitindo que a PBH tenha o quadro completo e fácil de quem esteve em greve e por quanto tempo, localizando, inclusive, os locais e pessoas mais engajados na luta. Outros problemas apontados e já discutidos aqui é com relação às licenças, a decisão individual e coletiva se tem o desejo de pagar alguns ou todos os dias (afinal houve corte de ponto). A exigência de assinatura do termo nunca foi utilizada na educação e vem como mais uma imposição da SMED à educação infantil. Enfatizamos que a direção do sindicato fará uma reunião na segunda à tarde, portanto não devemos agir antes que eles se posicionem.

2) Encaminhar para o Sind Rede as seguintes propostas para análise na reunião da diretoria na segunda e apresentadas na reunião de representantes na terça:
2.1) O termo de compromisso não deve ser assinado por ninguém. A proposta da PBH enviada na Assembleia afirmava que "IV- após o término do movimento grevista a Secretaria Municipal de Educação avaliará em conjunto com os pais ... e o Sind Rede BH a reposição das aulas não ministradas durante o período de greve..." portanto não podemos assinar o termo antes de sabermos qual o calendário negociado com a comunidade escolar. Não podemos dar um cheque em branco para a PBH. Nosso compromisso de reposição será enviado na Ata da Assembleia que votar o calendário, junto com a assinatura de todos os presentes.
2.2) O compromisso de reposição (sem assinatura do termo) só será feito mediante o pagamento imediato dos dias cortados. Precisamos, também, denunciar o corte de ponto de uma greve legal na justiça e no MP.
2.3) O calendário de reposição precisa de pelo menos 20 sábados. Se não houver acordo por parte da SMED, devemos fazer o calendário conjunto fora dos padrões da portaria e entregar coletivamente na SMED.
2.4) Chamar o colegiado e assembleia escolar para votar o calendário de reposição (caso seja acordado o pagamento imediato - por OP) o mais rápido possível.

Divulguem para o maior número de pessoas possíveis, pois estamos preocupadas das pessoas assinarem este termo na segunda-feira. Precisamos ter calma neste momento para não criar problemas futuros.

45 dias de greve: organização e ação coletiva da educação infantil

Nossa greve, iniciada no dia 14 de março e finalizada no dia 28 de abril, teve uma única reivindicação: a reunificação da carreira docente, rompida pelo governo municipal em 2003.

Durante 45 dias ocupamos ruas e praças de nossa cidade para exigir o reconhecimento do nosso trabalho docente. Dissemos à cidade: somos professoras, professoras da educação infantil. Levamos para as ruas a cultura da educação infantil. Fizemos ciranda na porta da PBH, na Praça Sete. Demos aula de cidadania.  Formamos na luta.

A prefeitura coagiu, pressionou, buscando desestabilizar a nossa coragem e ousadia. Rompeu contratos de dobra, chantageou a retirada do segundo cargo, tentou jogar as famílias contra nós com cartas sobre nossos salários e anúncio na mídia de compra de vagas nas escolas privadas, tratando as crianças da cidade como “folhas ao vento”.

Nossa luta teve ganhos políticos e organizativos. A cidade conheceu/reconheceu o trabalho que realizamos nas UMEIs e escolas. Mostramos que somos uma categoria organizada e com disposição de ir à luta.

Neste momento de retorno, com a promessa de uma comissão para elaborar até o final do ano uma proposta de unificação da carreira e a apresentação de um substitutivo com alguns penduricalhos, não solicitados por nós na greve, faz-se necessário analisarmos o nosso movimento. Refletir sobre acertos e erros, analisar os avanços, os limites, as perspectivas e os desafios a serem enfrentados para conquistarmos a unificação da carreira.

Para isso, vamos relembrar os passos que percorremos antes mesmo da greve:

terça-feira, 1 de maio de 2012

1º de maio: um confronto com o Estado repressivo


*Por Waldemar Rossi
No século 19 (anos 1800), a classe operária européia e estadunidense era brutalmente reprimida pela polícia porque reivindicava jornada de trabalho de 8 horas diárias – contra as 12, 15 ou até 18 horas de trabalho nas fábricas. Em pleno século 21, essa repressão continua sendo praticada pelos Estados capitalistas, agora estendidas aos trabalhadores pelo mundo inteiro. As greves e manifestações populares massivas são brutalmente reprimidas na Europa, África, Ásia e Américas, revelando que os Estados burgueses estão cada vez mais a serviço dos interesses do capital, desprezando os mais elementares direitos dos povos. Se não bastasse garantir pela força de leis injustas – portanto ilegítimas – o crescimento da exploração sobre os trabalhadores, ainda colocam todo seu aparato policial e militar para sufocar justos movimentos de contestação contra o desrespeito aos seus direitos inalienáveis. Manifestantes vêm sendo agredidos, presos e assassinados em vários cantos do mundo. A repressão se dá na mesma proporção em que avançam os ataques e a eliminação dos direitos trabalhistas e populares. No mundo do século 21, a barbárie vai sendo implantada ocupando o lugar da justiça e da verdadeira democracia.
No Brasil, as coisas não são diferentes. Apenas se revelam em suas particularidades próprias. A ambição desmedida pela concentração das terras por grandes empresas que visam o agronegócio exportador e a produção do etanol vem ocasionando invasões das áreas indígenas e quilombolas; os jagunços, verdadeiras quadrilhas de bandidos, continuam dizimando as principais lideranças indigenistas, como foi o caso do cacique guarani-Kaiowá, Marco Veron, no Mato Grosso do Sul, assassinado diante de seus filhos. Nos últimos anos, foram constatados 248 assassinatos de indígenas. Quantos ainda são desconhecidos por este Brasil afora? E, o que é rigorosamente absurdo, 423 indígenas estão presos nas cadeias brasileiras, pelo crime de defender suas terras e vidas, enquanto os criminosos e seus mandantes, os empresários, continuam impunes. A Justiça e a Polícia Federal nada ou quase nada fazem para, realmente, investigar, julgar e punir os criminosos. A demarcação das terras indígenas, assim como dos quilombolas (também reprimidos e assassinados), continua letra morta na nossa Constituição.
Comprometido com a FIFA e o COI em garantir as obras para a Copa do Mundo e as Olimpíadas em nosso país, o governo brasileiro, além de bancar a construção desses “elefantes brancos” com dinheiro do orçamento público federal, vai promovendo remoções de milhares de famílias pobres obrigando-as a deixar suas moradias, sem qualquer garantia oficial, sem destino certo. Tudo isto para garantir melhores condições aos turistas que aqui possivelmente desembarcarão, à custa de piores condições de moradia e de vida para o povo. Quando as famílias prejudicadas pelas remoções protestam, governantes colocam suas polícias com todo seu arsenal repressivo para “garantir a ordem” dos interesses das grandes construtoras, financiadoras das campanhas eleitorais dos partidos políticos, governadores, senadores e deputados. A truculência das polícias estaduais e municipais vem ocorrendo com freqüência sobre milhares de famílias que habitam em terrenos devolutos (propriedade do Estado) e que deveriam ser usadas prioritariamente para sua função social, como manda a Constituição brasileira. Fatos como o da expulsão de Pinheirinhos, em São José dos Campos – SP, se dão com freqüência e tal brutalidade que vêm merecendo a condenação até mesmo de setores da mídia burguesa.
A repressão do Estado vem se fazendo presente contra os operários da construção civil que se unem e lutam contra as precárias condições de alojamento, de alimentação e de trabalho, nas obras das barragens que estão sendo construídas na Amazônia. Além das truculentas polícias estaduais, a presidente Dilma colocou a Força Nacional de Segurança para reprimir grevistas (*). A violência oficial vai além e se estende para os habitantes das áreas que serão inundadas expulsando milhares de famílias que ali residem e trabalham há dezenas de anos.
Não se pode ignorar que os responsáveis por tantos crimes são, além dos exploradores das terras urbanas e rurais, os membros dos Três Poderes do Estado, tanto em nível federal, quanto estadual e municipal. Juízes vêm concedendo ordens de despejo em total desrespeito às leis e à própria Constituição, ordenando o uso da força para garantir suas “sentenças”; ministros de instâncias superiores da Justiça são acusados de favorecimento ao capital; presidentes da República se mancomunam com os exploradores e agem como se fossem donos absolutos do país, traindo o povo e a nação; governadores e prefeitos seguem o mesmo caminho; Congresso Nacional e Assembléias Legislativas legislam contra os interesses do povo, em favor das grandes empresas.
A insatisfação pelo caos reinante vem gerando reações de parcelas significativas de trabalhadores do campo e da cidade. É neste clima de insatisfações e de revoltas que celebraremos o 1º de Maio de 2012. As manifestações de caráter classista estarão, em todo o país, denunciando tanta falcatrua e tantos crimes, num amplo movimento de retomada, ainda que modesto, do seu protagonismo em busca de profundas mudanças nas políticas públicas e em defesa dos direitos populares.
(*) A Força Nacional de Segurança é obra do “operário presidente” Luiz Inácio Lula da Silva. Foi criada por decreto-lei no ano de 2005, quando uma unidade motorizada (ou montada) do Exército, sediada na cidade de Campinas (SP), foi transformada em unidade de infantaria para atuar em “defesa da ordem interna”. Isto é, Lula colocou o Exército para reprimir trabalhadores.

*Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.